O Movimento de Reintegração dos Hansenianos (Morhan) de Cruzeiro do Sul vai eleger, nos próximos dias, a nova diretoria que vai comandar a entidade pelos próximos dois anos. A classe deve reconduzir Manoel Alves, o Manoelzinho, por entender que ao consenso é melhor do que disputas. O coordenador estadual da entidade, Élson Dias, chega à cidade na próxima semana para conduzir o processo.
Manoelzinho tem grande convivência entre os ex-hansenianos. Com experiência na área administrativa, ele pretende dar continuidade ao trabalho que vinha sendo feito e ainda melhorá-lo. O Morhan local, que tem cerca de 360 associados, ainda carece de uma maior aproximação com a sociedade de maneira a resgatar os direitos que durante décadas foram negados aos ex-hansenianos. “Fico triste quando surge mais um contaminado pela doença principalmente quando é jovem e quero lutar contra isso” disse o ativista.
Ele também agradece o governador Tião Viana. “O governador pegou na minha mão, conversou comigo e garantiu apoio às nossas reivindicações. Quando ele foi senador orgulhou o Acre e todo participante do movimento tem uma eterna dívida de gratidão para com ele, por ter sido o responsável pelo estabelecimento da pensão vitalícia para ex-hansenianos” declarou.
A última luta da entidade foi conseguir uma indenização a ser paga pelo governo federal aos filhos de pessoas com hanseníase, que foram isoladas em colônias, separados dos pais pelo isolamento compulsório a que eram submetidos os pacientes nos chamados hospitais-colônia. A decisão foi anunciada em setembro pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e confirmada pela presidente Dilma Rousseff.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal