O promotor de Justiça do Ministério Público do Estadual (MPE), Wendy Takao Hamano, instaurou um inquérito civil para investigar denúncia de que máquinas da Secretaria de Estado de Extensão Florestal e Produção Familiar (Seaprof) estariam sendo usadas em propriedades de funcionários públicos. O caso pode configurar ato de improbidade administrativa.
“A missão do MPE é promover a defesa do patrimônio público e dos princípios constitucionais da administração pública”, disse o promotor, que já oficiou o secretário de Estado, Lourival Marques Filho e do gerente da Seaprof em Cruzeiro do Sul, Franco Severiano de Melo Gomes.
Uma escavadeira hidráulica teria passado quase um mês na propriedade de Franco Severiano, enquanto centenas de agricultores esperam a máquina para a construção de pequenos açudes. “Isso é um absurdo. Pessoas com bom poder aquisitivo é que estão sendo beneficiadas”, criticou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cruzeiro do Sul, João “Todo Feio”.
A denúncia partiu de presidentes de associações de agricultores, que pediram à reportagem para não serem identificados. “Essa máquina passou 17 dias fazendo os açudes do Franco Severiano. A propriedade dele fica no areal, estrada do Pentecoste. É só ir lá para vê quantos hectares ele tem de lâminas d água”, diz um vizinho do gerente.
Ainda segundo os líderes rurais, em seguida a máquina teria sido deslocada para a comunidade Cinturão Verde, uma região onde convivem pequenos agricultores e abastados proprietários. A escavadeira teria feito alguns açudes na propriedade de um servidor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A reportagem do Tribuna do Juruá flagrou a escavadeira na propriedade de outro servidor público, desta feita do Tribunal de Justiça.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal