A doença crônica causa problema na circulação ocorrendo a morte celular de parte da perna
Há 11 anos que Maria dos Santos Oliveira, 55, mais conhecida como Dona Sônia, sofre com uma doença crônica na perna. Aos 44 anos de idade Sônia contraiu uma leishmaniose, que deu início a todo sofrimento hoje vivido por ela. A doença inicial foi tratada, mas não foi suficiente para evitar o agravo que fez o ferimento se transformar em uma úlcera na perna, o que a impede de realizar qualquer afazer.
A mulher que já não sabe a quem procurar conseguiu se aposentar há seis anos. O impedimento para realizar as atividades que sempre desempenhou, chega a agravar o caso, deixando-a em estado de depressão. Segundo relatos médicos, dependendo do grau da doença, ocorre a necessidade dos pacientes mudarem totalmente seus hábitos de vida, o que muitas vezes pode os levar a um sentimento de inutilidade, tendo como principal problema o sofrimento pessoal, pois este tipo de patologia incide geralmente em pessoas ativas, trabalhadoras, fazendo–as afastar-se do trabalho por um longo período de tempo.
“Eu tinha uma pensão de comida, fazia de tudo, hoje me sinto uma pessoa inútil, não sirvo para nada, preciso de outras pessoas para cuidar de mim, isso não é nada fácil.
A doença, que acomete pessoas de todas as idades, causa além da perda parcial da capacidade funcional do membro afetado, baixa autoestima, isolamento social e é responsável por um grande número de aposentadorias precoces e afastamento do emprego. Sônia já passou um ano internada no hospital devido o agravo da doença.
“Eu cheguei a fazer três enxertos para colocar na ferida, eles tiram carne da minha perna para colocar lá. Minhas pernas são todas cortadas. Isso é um grande sofrimento. Eu gasto um salário por mês só em curativos, tenho que lavar com soro, além das ataduras esterilizadas que são muito caras e o esparadrapo”, relatou a mulher.
A lesão, localizada principalmente nos tornozelos ou terço inferior das pernas e pés, acontece por um transtorno na circulação. Dor, cansaço, sensação de peso nos membros inferiores, edema e coceira nas áreas onde há inflamação da pele são alguns dos sintomas recorrentes nos portadores de úlcera. Por ficarem abertas, as feridas acabam funcionando como porta de entrada para infecções, por isso é necessário seguir rigorosamente as orientações médicas e higiênicas prescritas.
“Tem dias que eu falto morrer de tanta dor, é uma dor insuportável. Passo noites e noites acordadas. Quando eu vou para casa dos meus pais em Porto Velho, a ferida fica bem melhor, pois lá eu tenho quem cuida de mim, não tenho nenhum tipo de preocupação, agora aqui nem meus filhos, que eu fiz de tudo por eles, nem perguntam como eu estou. Infelizmente não tenho condições para me manter e morar lá com meus pais”, falou emocionada a mulher, relatando as preocupações vividas devido a doença.
Enquanto a ajuda não chega, Sônia continua sendo vítima da doença, que causa dor, depressão, sofrimento e desmotivação.
Tribuna do Juruá – Vanísia Nery