A iniciativa é promovida pelo MPE e tem como base as estatísticas acentuadas quanto ao número de mulheres vítimas de violência doméstica no estado. Os dados mostraram que a cada 100 mulheres, apenas 10 decidem representar contra o marido judicialmente.
O anúncio da implantação do Núcleo aconteceu na tarde dessa segunda-feira (1). Os promotores públicos, Walter Teixeira, Iverson Bueno e Ildon Maximiano estão à frente da iniciativa que pretende garantir ainda mais proteção à mulher. Representantes de instituições ligadas ao tema e sociedade civil organizada participaram da cerimônia no auditório do Ministério Público.
A violência doméstica, geralmente, afeta a auto-estima da vítima que se encontra muito ligada ao agressor, seja por dependência emocional ou material. “O agressor geralmente acusa a vítima de ser responsável pela agressão, a qual acaba sofrendo uma grande culpa e vergonha, além de se sentir violada e traída, já que o agressor promete que nunca mais vai repetir este tipo de comportamento, para depois repeti-lo”, comentou o promotor de justiça, Iverson Bueno.
O funcionamento do Núcleo se dará a partir do atendimento ao público com profissionais capacitados e especializados, como assistentes sociais, psicólogos e oficias de diligências. Segundo o promotor Walter Teixeira, o MPE será parceiro das demais entidades de proteção à mulher, somando forças para melhor acolhê-las e, posteriormente identificar as especificidades dos casos para dar os devidos encaminhamentos.
A novidade trouxe também, novas perspectivas para as organizações envolvidas. A coordenadora do Centro de Referência Vitória Régia, Rosalina Souza, destacou a importância do núcleo.
“Sabemos que em Cruzeiro do Sul o índice de violência contra a mulher é alarmante, e muitas ainda não têm a coragem de procurar uma delegacia. Mas, acreditamos que através do Ministério Público enquanto parceiro, elas possam se sentir mais seguras para denunciar os abusos sofridos, além de receberem medidas preventivas”, comentou.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), já foram agredidas fisicamente por seus parceiros entre 10% a 34% das mulheres do mundo.
www.tribunadojurua.com – Dayana Maia