Depois que as máquinas da empresa contratada pelo Governo entraram no Bairro de Cruzeiro do Sul para iniciar os serviços de pavimentação pelo Programa Ruas do Povo, os moradores do Miritizal ficaram praticamente isolados, sem condições de sair de casa devido à grande quantidade de lama nas ruas. Os transtornos são tantos que a população revoltada decidiu na manhã desta quarta-feira (23) fechar a principal via impedindo o acesso ao bairro.
Alunos da Escola Madre Adelgundes, trabalhadores que precisam sair de casa para o trabalho e todos que freqüentam o Miritizal, não suportam mais o lamaçal que toma conta das ruas e impede o tráfego de veículos. Os professores estão sendo obrigados a deixar os carros na chegada e caminhar por dentro da lama por quase um quilometro para chegar à sala de aula. Quem tenta entrar conduzindo um veículo, quase sempre passa horas e horas e só com ajuda de carros com tração nas quatro rodas consegue sair dos atoleiros.
Essas situações fizeram com que a comunidade se unisse em uma manifestação que durou apenas pouco mais de uma hora. Homens, mulheres e crianças interditaram a rua de da entrada do bairro e para impedir a passagem dos carros e máquinas da empresa que está realizando os serviços, foi colocada uma canoa atravessada na via.
“Estamos tendo dificuldade para realizar as atividades em nossa escola, pois tem sido muito difícil para os professores e alunos chegarem no horário certo devido essa situação. A culpa é do poder público que ainda não tomou providências. Queremos que seja colocada pelo menos uma camada vegetal para melhorar as condições de trafegabilidade” – disse a professora, Maria Sônia.
O protesto dos teve o resultado que os moradores esperavam. Assim que a rua foi interditada, os coordenadores o Programa Ruas do Povo, em Cruzeiro do Sul, chegaram para negociar com os manifestantes e garantiram que a empresa responsável pelas obras vai atender as reivindicações. Com o acordo firmado, a canoa foi retirada do meio da rua e o trânsito foi liberado.
Tribuna do Juruá