Os consumidores buscam respostas para o motivo da diferença de valores entre Cruzeiro e Rio Branco, mesmo o combustível sendo levado do interior para capital
Até o fim de março deve ser transportado para capital mais de 2 milhões de litros de gasolina. O combustível está sendo vendido em Rio Branco por preços que variam de R$3,30 à R$3,45. Já em Cruzeiro do Sul esse valor chega até R$3,71, em alguns postos. O fato tem incomodado os condutores da cidade, que buscam respostas para entender a diferença dos valores.
“ Isso é um absurdo, eu mesmo sou de Rio Branco, e lá consigo abastecer por um preço bem menor. Quando chego aqui não consigo entender o motivo de tal disparidade. Nós consumidores queremos uma resposta, queremos saber porque não temos o combustível com o mesmo preço”, desabafou o consumidor Arlindo Oliveira da Silva.
Segundo informações de funcionários que realizam o transporte das distribuidoras, os valores continuam os mesmos na capital pelo fato do frete ser subsidiado pela própria distribuidora, sendo que os postos não estão tendo prejuízos com o transporte.
Mas, independente da cheia do Rio Madeira, Cruzeiro do Sul sempre apresentou o preço mais elevado da gasolina em relação aos outros municípios, e a indagação dos condutores continua. Na praça de táxi, é um dos locais onde o assunto é polêmica.
“ Nossa classe vem sofrendo bastante com esse preço abusivo, não é de hoje, e nós precisamos de uma resposta das autoridades competentes em relação ao auto custo, independente se Cruzeiro está ou não transportando combustível para Rio Branco. Isso é lesar o consumidor”, relatou o taxista Adriano Silva.
A resposta dada pela Petrobrás para justificar a diferença de preços é a logística no transporte do combustível. Como em Cruzeiro do Sul a gasolina chega por meio fluvial, por balsas, o percurso é maior, já para Rio Branco o combustível é levado por via terrestre de Porto Velho, tornando o trajeto menor para capital.
Outro fator relacionado ainda com a logística é a forma de armazenamento. Como no período do verão é impossível a chegada de balsas pelo Rio Juruá, o combustível é armazenado durante o inverno nas próprias embarcações transportadoras, sendo necessário o pagamento de diárias para essa permanência. E a atual base da Petrobras em Cruzeiro do Sul não tem capacidade para armazenar o combustível que supra a necessidade da população por mais de dois dias, não sendo possível trazer de Porto Velho por meio terrestre. Com a nova base é possível que os problemas de armazenamento sejam reduzidos.
Tribuna do Juruá – Vanísia Nery