O último Liraa apontou média de 3.0 em Cruzeiro do Sul. Embora os números de casos da doença continuem reduzindo, o índice de infestação em acréscimo preocupa as autoridades do município.
Um novo aumento de residências infestadas acendeu a luz vermelha dos setores de vigilância epidemiológica, apontando a possibilidade de a dengue voltar a assustar a população cruzeirense, de acordo com a secretária Municipal de saúde, Lucila Brunetta.
“Nossos índices já estavam dentro dos padrões mínimos estabelecidos pelo Ministério da Saúde desde o mês de março. Mas, no último Liraa, realizado neste mês diagnosticamos o aumento médio de 2.0 para 3.0, mesmo diante do esforço de todos os setores da Prefeitura, que em nenhum momento tem se descuidado de sua parte, especialmente por parte de nossos agentes e das ações de limpeza e coleta de lixo, que tem se mantido regular. Mas, infelizmente os moradores deram uma relaxada. Pra se ter uma ideia de 49 bairros de município, 13 estão apresentando um índice de infestação acima de 3.9. O mais afetado é o bairro do Remanso onde a situação é mais preocupante, onde o índice chega a 10.3”, explica a secretária.
Coordenadora de Vigilância Entomológica, Muana Araújo enfatizou que o trabalho preconizado pelo Ministério da Saúde não deixou de ser feito pela Secretaria de Saúde. O que houve, segundo ela, foi um relaxamento das ações de vigilância por parte da população que ao ver os casos de dengue reduzir no município, subestimaram a capacidade reprodutiva do mosquito. Segundo ela a cada dois meses mais de 29 mil imóveis são visitados em Cruzeiro do Sul.
“E foi exatamente nesse intervalo da nossa vistoria que nós verificamos que determinados bairros que, inclusive, já foram muitos castigados pela dengue, relaxaram e se descuidaram das ações de prevenções que apesar de serem simples, só surtem efeito, se houver compromisso dos moradores. O resultado é o índice de infestação que infelizmente volta a subir e consequentemente representa um risco de nova epidemia em Cruzeiro do Sul”, disse Muana.
A Coordenadora explica que em muitos casos haverá um endurecimento por parte do executivo em relação aos moradores reincidentes, já que o prejuízo não será apenas na residência afetada, mas também nas residências do entorno. Para isso serão usados recursos como multas, e responsabilização até mesmo penal das pessoas que não levarem a sério a responsabilidade com as suas caixas d’água, já que foi constatado que estas são os principais criadouros do mosquito.
Ela afirma que a desatenção dos moradores poderá levar a transmissão de novos sorotipos de dengue não circulantes ainda em Cruzeiro do Sul, além de outras doenças que também são transmitidas pelo aedes aegypti como a febre chikungunya e até mesmo a zica vírus. Até o momento só foram detectados em Cruzeiro do Sul o tipo 1 e o tipo 4 de dengue. Essa desatenção poderá levar a acarretar em Nov a epidemia no município. “E a única forma que temos de prevenir é tomarmos os devidos cuidados com todo e qualquer tipo de recipiente que possa servir de criadouro para o mosquito”.
Por tratar-se de uma doença de transmissão vetorial, a participação da população é de fundamental importância, eliminando os criadouros não haverá reprodução e assim a incidência da dengue voltará a níveis aceitáveis pelos órgãos que fazem o acompanhamento da doença.