Depois de uma prolongada e histórica assembléia, os trabalhadores em educação decidiram retornar às aulas amanhã. Com uma pequena diferença de apenas 13 votos, eles encerram o movimento sem conseguir, praticamente, nenhuma das pautas reivindicadas. A greve continua na Capital e demais municípios. Para alguns professores a categoria está dividida, enquanto a diretoria do Núcleo dos Trabalhadores em Educação (Sinteac) diz a decisão reafirma o “caráter democrático da entidade”.
Antes mesmo da assembléia realizada na manhã de hoje (24), alguns diretores de escola já haviam decidido o retorno às aulas. Em Rio Branco, depois da tentativa frustrada de uma assembléia na semana passada, o comando do movimento, capitaneado pelo Sinteac e Associação do Professores Licenciados (Sinplac), perdeu o comando da greve e apenas na sexta-feira tentarão fazer um novo encontro.
Os grevistas reivindicavam um aumento linear e integral de 15%, reformulação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), equiparação salarial dos professores do quadro provisório com os professores do quadro efetivo, concurso para o provimento do quadro efetivo de professores e funcionários de escola, entre outros. “Pelo visto talvez apenas o concurso e o pagamento da VDP serão as conquistas alcançadas”, disse, revoltada, a professora Maria de Jesus Correia.
O presidente do Núcleo, Valdenízio Martins, afirmou que o sindicato vai continuar negociando. Vejam outras reivindicações que não foram atendidas: transformação da VDP em regência de classe; ampliação e aumento do número de vagas para o curso pró-funcionário; pagamento imediato das parcelas atrasadas da VDP para professores da zona rural e professores provisórios; a criação de uma política de investimento de formação continuada para professores e funcionários; a criação de uma comissão com representantes do sindicato, Secretaria de Educação e governo para discutirmos a problemática da saúde do trabalhador; e a reposição salarial da inflação.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal