Com apenas dois frigoríficos em Cruzeiro do Sul os pecuaristas ficam sem alternativas e acabam se rendendo ao preço imposto no abatedouro. Alguns já falam em um novo aumento da carne devido ao monopólio dos dois frigoríficos.
A alegação dos açougueiros é que eles compravam o boi para o abate direto do proprietário e pagavam apenas as taxas pelo abate do animal, agora, são os donos dos frigoríficos (dois grandes fazendeiros), que compram o boi e revendem para as casas de carne. Mesmo quem é pecuarista e dono de açougue ao mesmo tempo, é obrigado a vender o animal para o frigorífico e comprar novamente com um preço mais elevado para só então repassar ao consumidor.
O comerciante, José Barros da Silva que é dono de uma casa de carne e proprietário de uma pequena fazenda, disse que antes de ser implantado esse monopólio pelos dois frigorífico, ele vendia a carne classificada como de segunda a R$ 4,00 e a de primeira a R$ 8,00, agora ele vende um boi de sua propriedade a R$ 5,00 o quilo para o frigorífico e compra a R$ 6,50.
Na opinião de comerciante, os donos dos frigoríficos estão forçando os açougueiros aumentar novamente o preço da carne. “Eles já aumentaram o preço da carne que revendem pra nós, vendiam a R$ 6,00 mais já aumentaram cinquenta centavos. Quem manda no preço da carne em Cruzeiro do Sul são os donos de frigoríficos”, diz o comerciante.
Para abastecer o mercado local, os donos dos frigoríficos estão comprando boi em Tarauacá e Feijó, por um preço bem menor do que os praticados em Cruzeiro do Sul.
O promotor dos direitos difusos e coletivos da Promotoria de Cruzeiro do Sul, Rodrigo Fontoura de Carvalho, informou que a princípio não existe ilegalidade na compra e revenda dos animais, segundo ele, o que está acontecendo em Cruzeiro do Sul é o mesmo que acontece na capital Rio Branco e em outros estados do país.
www.tribunadojurua.com – Francisco Rocha