O trabalho é desenvolvido através da Pastoral Carcerária
Almofadas, tapetes, cachecóis, lençóis, são apenas alguns itens da grande lista de objetos confeccionados pelas reeducandas do presídio feminino de Cruzeiro do Sul(AC). O material é feito através do projeto de reintegração promovido pela Pastoral Carcerária no município.
O presídio feminino conta hoje com 46 mulheres, tanto de Cruzeiro do Sul, como de Tarauacá. Durante o dia elas aprendem técnicas de artesanato como crochê, bordado, confecção de almofadas, costura, e diversos outros meios que poderão ser usados por elas ao saírem da unidade.
Há três anos Nirlene de Alencar Souza,30, cumpre pena por assalto. Segundo ela as dificuldades, e a falta de emprego foram fatores que a fizeram entrar no mundo do crime. A reeducanda agora pensa diferente, com as novas técnicas aprendidas dentro da unidade ela já pensa em usar o aprendizado para ganhar dinheiro e sustentar os três filhos.
“Essa é uma grande oportunidade que está sendo dada a nós. Eu entrei aqui em 2010, mas eu pretendo sair daqui uma nova criatura de Deus, por que tenho meus filhos lá fora, e esse trabalho vai me ajudar muito, espero que a sociedade possa nos dar uma nova oportunidade”, falou emocionada a reeducanda.
Nirlene é exceção no índice que comprova que 90% das mulheres presas em Cruzeiro do Sul cumprem pena por tráfico. Em um levantamento realizado a nível estadual, foi constatado que a quantidade de mulheres envolvidas no tráfico de drogas é cada vez maior. Muitas persuadidas pelos companheiros acabam optando em entrar no crime, já outras encontram na venda e transporte de drogas a ilusão de uma vida mais fácil, como foi o caso da reeducanda Lívia Maria Monteiro, 30, de Tarauacá. Ela também participa das capacitações e já enxerga uma nova vida pela frente.
“Agora nós teremos uma nova chance. Lá fora as portas foram fechadas pela sociedade, e eu acabei entrando no tráfico, mas agora sei que com esse aprendizado já posso ter uma renda, através do artesanato, e manter meus filhos, é o que quero para minha vida a partir de agora, mudar, mudar para melhor”, relatou a reeducanda Lívia Monteiro.
A ação desenvolvida pelas mulheres ajuda ainda na redução da pena.
Tribuna do Juruá – Vanísia Nery