Fundado em 28 de setembro de 1924, o Hospital Santa Casa de Misericórdia foi o primeiro Hospital de Cruzeiro do Sul e de toda regional do Juruá. Apesar de sua importância histórica, atualmente o Hospital corre o risco de fechar as portas pela falta de recursos e pelo corte do fornecimento de medicamentos feito por meio da Secretaria Estadual de Saúde.
A Santa Casa foi fundada pelos Maçons e só depois passou a ser gerenciada pelo SUS – Sistema Único de Saúde como uma sociedade beneficente sem fins lucrativos. Atualmente a cota de internação do Hospital é em média de 230 pacientes mês, destaca o Diretor Técnico do Hospital Santa Casa Dr. José Alberto médico pediatra, que hoje lamenta o corte no fornecimento de medicamentos que deveria ser repassado pelo Estado, fato esse que pode ocasionar no fechamento do Hospital, “em 39 anos de profissão eu sempre vi a Santa Casa receber o apoio da Secretaria Estadual de Saúde e agora isso não ta acontecendo, a atual gestão está atrasando no repasse do recurso que é disponibilizado pelo SUS e já não fornece mais os medicamentos para os pacientes e dessa forma torna-se inviável continuarmos de portas abertas”, disse.
Com a falta de medicamentos muitos pacientes internados são levados a comprar os medicamentos que deveriam ser fornecidos pelo Hospital. A Santa Casa não presta serviço ambulatorial faz somente internações e seus pacientes são encaminhados pelo Hospital do Juruá, Pronto Socorro ou Hospital da Maternidade.
O Diretor administrativo do Hospital Rosmir Rodrigues Martins comenta que o recurso repassado pela Secretaria Estadual de Saúde proveniente do Ministério da Saúde é de 77 mil reais mensal, utilizado para manter a estrutura no pagamento de funcionários, que são 56, para a compra de material de limpeza e material de consumo, pagamento de energia, entre outros. Ele enfatiza que atualmente o repasse está sendo passado com atraso para o Hospital, dificultando o gerenciamento do local, “o último repasse feito foi referente ao mês de Setembro, e esse valor já não coincide com a nossa necessidade atual”, destacou Rosmir.
A Secretária Estadual de Saúde Sueli Melo, esclareceu que os serviços do Hospital Santa Casa são comprados pela Secretaria que paga mediante a quantidade de internações realizadas e de acordo com o convenio estabelecido com o Ministério da Saúde o valor do repasse é o que a Instituição recebe atualmente. A secretária disse ainda que o valor repassado deve atender também a necessidade dos medicamentos, “ o serviço da Santa Casa é comprado por nós e nós não podemos pagar duas vezes pelo mesmo serviço repassando o dinheiro e os medicamentos, isso seria ilegal”, afirmou.
Com respeito o atraso no repasse do recurso a Secretária destacou que a situação será verificada e em seguida as medidas necessárias serão tomadas.
Tribuna do Juruá – Luciana Teixeira