Ao tomar conhecimento de que técnicos, auxiliares e enfermeiros estariam sendo explorados no Hospital do Juruá, o sindicato da categoria, o STPAT, denunciou o caso no Ministério Público do Trabalho (MPT). Os procuradores da República devem vir a Cruzeiro do Sul acompanhados por Raimundo Costa, que é o representante da classe e “radicalmente” contra a terceirização dos serviços em saúde.
Um grupo de profissionais em saúde, que pediu para não ser identificado, procurou a nossa reportagem para fazer uma série de denúncias. Eles são funcionários da Associação Nossa Senhora da Saúde, entidade filantrópica que presta serviços para o governo estadual no Hospital do Juruá. Carga horária excessiva, baixos salários e ameaça de demissão figuram entre as principais denúncias.
“Graças a Deus que o sindicato está vindo. Estamos trabalhando 48 horas semanais, ganhamos apenas R$ 720 e estamos sob constantes ameaças de perder o emprego”, disse um deles. Consta nas denúncias, ainda, o desvio de finalidade. Segundo eles, o governo do estadual repassa R$ 1.800 para o pagamento dos salários dos técnicos, mas parte desse montante seria desviado para o pagamento de médicos e outros profissionais. “Ganhamos menos do que o pessoal da limpeza do hospital”, declarou outro.
O Hospital Regional do Juruá é administrado por um convênio entre o governo do Estado e a Associação Nossa Senhora da Saúde (ANSSAU), que representa quatro congregações religiosas: Irmãs das Servas de Maria Reparadora, Irmãs de Nossa Senhora Notre Dame, Irmãs Franciscanas do Mártir São Jorge e Padres Espiritanos.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal