Francisco Fábio Rodrigues de Oliveira (Fabinho) 29, lateral direito do Náuas é mais um caso de superação no futebol. Da infância pobre até o futebol profissional sua vida é uma história de dor, esperança, determinação até poder vestir a camisa de um time no futebol profissional.
Hoje com a camisa do Náuas ele realiza um sonho de criança. Como todo menino que vem do interior para a cidade, ele também sonhava ser jogador de futebol. Depois de uma infância sofrida, vieram as peladas no campo de areia do Bairro do Remanso em Cruzeiro do Sul, onde chamava a atenção pelo empenho e força de vontade. Não demorou muito e Fabinho chegou a fim ao futebol local e durante alguns anos vestiu a camisa do extinto Comercial Wially.
Depois defendeu o time São Cristóvão e no ano passado se destacou com a camisa do Flamengo, onde se consagrou campeão cruzeirense. Ganhando projeção devido ao desprendimento de se colocar a disposição para atuar em várias posições. (Lateral direito, Zagueiro e cabeça de área). Em 2014 veio o convite para vestir a camisa do Náuas e Fabinho não pensou duas e aceitou o convite. No entanto ele está longe de viver como vivem alguns atletas profissionais.
Quem o ver em campo, nem imagina sua rotina de trabalho para garantir o sustento da família. Sua rotina diária começa às 05 horas da manhã, quando chega ao Porto fluvial de Cruzeiro do Sul e inicia seu trabalho com estivador. Carregando e descarregando peixes que abastecem o mercado local. São isopores com cerca de 100 a 120 kg de peixe, colocados sobre suas costas para serem embarcados em carros e transportados para o Mercado Luiz Calixto, onde a cena se repete até que o produto possa ser comercializado ao público.
Depois de concluído seu trabalho, Fabinho vai para a sua casa, onde pega seu material e empenha-se nos treinos do time. Fabio é apenas um caso de superação no elenco atual do Náuas. Além dele, o atacante Doutor trabalha como serrador de madeira. O zagueiro Cássio, o atacante Vianez e os irmãos Ton e Adriano, trabalham 08 horas por dia em um supermercado da cidade. Dudé é motorista de transporte coletivo, enquanto que vários outros estudam para garantir um futuro melhor.
Tribuna do Juruá – Adelcimar Carvalho