O que era para ser um simples terminal urbano, com circulação de ônibus dos bairros para o centro e vice-versa, transformou-se em um grande aglomerado. Ambulantes, taxistas, mototaxistas, vans, bêbados, carga e descarga de caminhões, biroscas, odor desagradável e muita gente indo e vindo para todas as direções. O local está em precárias condições de funcionamento.
O motivo da situação é simples: com ausência de um sistema de transporte coletivo na cidade, o terminal urbano passou a funcionar como rodoviária interestadual. De lá partem e chegam ônibus para Rodrigues Alves e Mâncio Lima e para todos os municípios da capital até Cruzeiro do Sul, além da vizinha cidade amazonense de Guajará.
De acordo com o administrador do terminal, Manoel Lino de Souza, o local tem um fluxo diário de mais ou menos 1000 passageiros. “A abertura definitiva da BR 364 aumentou, consideravelmente, a movimentação de pessoas no local que não estava preparado para tamanha demanda”, justificou ele, informando que já existem quatro empresas fazendo o transporte interestadual.
Lino afirmou existir, já em processo de licitação, um projeto para a construção de uma rodoviária estadual no Segundo Distrito da cidade (bairro Meritizal). Ele acredita que, com a conclusão da BR 364, o governo estadual entregue também a nova rodoviária, segundo ele, a exemplo de Rio Branco, totalmente dentro dos padrões exigidos na lei.
O gerente da empresa Transacreana, Virgulino Pereira, disse que sequer cobra a taxa de embarque. “Aqui os banheiros são precários, não temos guarda-volumes, os passageiros embarcam na chuva e não existe segurança”, desabafou. “Aqui é um local totalmente desprovido de serviços do poder público”, complementou.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal