O representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Vale do Juruá, Luiz Nukini, disse que os povos indígenas estão dispostos a entrar em guerra se os seus direitos não forem respeitados na exploração de petróleo e gás no Vale do Juruá, Ele diz que desde 2003 esses povos vêm se mobilizando porque o Peru também concedeu licenças de exploração na região.
No Brasil, Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizou leilão de blocos próximos às Aldeia Nukini e Poyanawá. Algumas bacias localizadas no Vale do Juruá estão localizadas numa região de grande biodiversidade e de ocorrência de povos indígenas isolados. “Não queremos participação financeira na exploração, mas simplesmente evitar a poluição de suas terras”, declarou o líder indígena.
A coordenadora de licenciamento da Funai, Maria Janete de Carvalho, afirmou aos integrantes da Comissão de Legislação Participativa e da Comissão de Meio Ambiente, da Câmara dos Deputados, que a ANP não levou em conta o relatório feito pelo órgão sobre o leilão de 240 blocos de petróleo e gás.
Segundo ela, o relatório foi anexado ao edital do leilão, mas apenas uma recomendação foi acatada. O problema é que em 110 blocos existem questões relativas à exploração em áreas próximas as áreas indígenas ou em terras em processo de demarcação. A ANP não mandou representantes para a audiência.
O método usado para explorar as reservas de gás de xisto, conhecido como fraturamento hidráulico, pode ocasionar danos ambientais e até mesmo a ocorrência de abalos sísmicos.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal