Sistema de refrigeração sem funcionar, torneiras e bebedouros danificados, mesas de parto emprestadas, aparelhos de raios-x funcionando parcialmente, lâmpadas queimadas, falta de material cirúrgico, aparelhos de esterilização inutilizados e falta de médicos. Estes são alguns problemas detectados por uma comissão de vereadores que, mesmo sem serem recebidos pela direção da Maternidade de Cruzeiro do Sul, visitaram a unidade na tarde de ontem (10).
Depois de dois registros policiais e uma queda de braço entre as direções geral e clínica, o que levou ao conseqüente “caos” instalado no Hospital da Mulher e da Criança, os vereadores Íria Matos (PC do B), Edmar Azevedo (PSDB), Clodoaldo Rodrigues (PTN) e José Mauri Barbosa e Rocilda Sales, ambos do PMDB, resolveram averiguar a situação. “Mesmo sendo na esfera estadual, não vejo nenhum problema os vereadores intercederem, uma vez que é a saúde da população que está perigo”, declarou Íria Matos.
Indignado com o “descaso”, José Mauri Barbosa, o Sinhor, disse que o problema central da unidade é a autonomia de gestão. “Eu constatei que toda a parte administrativa depende da Secretaria Estadual de Saúde, que fica em Rio Branco. Existem carros que não funcionam porque os pneus estão furados”, detalhou o vereador, no momento em que uma servidora chegava de seu plantão, trazendo um ventilador de sua propriedade.
O problema se intensificou no final de semana. A unidade ficou sem plantonistas e a diretora, Fátima Ricardo, registrou queixa na delegacia-geral de polícia. Segundo a administradora, os médicos Gilson Lima e José Concepcion teriam faltado ao trabalho. Através de um programa de rádio, ela confirmou os fatos. “Abrimos uma sindicância e registramos um boletim policial, além de denunciarmos no Ministério Público Estadual”, disse a gestora.
Também pelo rádio, o médico Gilson Lima, além de negar a negligência, chamou a administradora de mentirosa, referindo-se à escala de plantões. “Os médicos de Rio Branco é que deixaram a unidade sem passar o serviço para os novos plantonistas. A escala dos médicos é elaborada com muita antecedência e ela, a Fátima Ricardo, sabia que não eram nós os plantonistas”, afirmou ele, dizendo que o problema é causado pela inexistência de um diretor-técnico na unidade.
Da assessoria