“Em uma reunião ocorrida na manhã de hoje (08), ficou entendido que o governo do Acre está sensibilizado em retificar o edital do concurso público no qual exige seis meses de experiência para os profissionais em saúde”. Estas foram as palavras do presidente do Sindicato dos Auxiliares, Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem (SPATE), Raimundo Costa, anunciado que, segunda-feira, o governo deve retificar o concurso.
A “barbeiragem” da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) causou indignação e manifestações dos profissionais de saúde (técnicos de enfermagem, enfermeiros, assistentes sociais e acadêmicos de enfermagem). “Exigir experiência mínima de seis meses para investidura no cargo, caso o candidato seja aprovado no concurso público, afronta a Constituição Federal e o bom senso”, declarou a enfermeira Angla Vasconcelos.
Ela considera que o edital prejudica os profissionais que saíram da universidade. “Dessa forma eles estão excluindo os recém-formados, que não tiveram ainda um emprego, tirando a liberdade de ampla concorrência”, protestou. Já o assistente social Adgílson Souza Ferreira expressa um questionamento que vem sendo debatido entre a categoria: “todas as áreas são prejudicadas com esse fato. Isso para mim é exclusão. Estão nos tirando a oportunidade. Como vamos ter seis meses de experiência se não tivemos a primeira chance?, questiona ele.
Durante a formação, os profissionais de assistência social passam por um estágio de 450 horas, enquanto os enfermeiros têm três anos de conhecimentos práticos em estágio. “Esse edital é excludente, discriminatório e faz reserva de mercado. Quando falamos em concurso público não se pode incluir apenas uma parcela da sociedade. As pessoas não nasceram com experiência, mesmo as que têm o período de experiência exigido, um dia também não a tinham e lhe foi dada a oportunidade” desabafou o acadêmico Erick Rogério.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal