O pesquisador e especialista em doenças da pele da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), médico Willian John Woods, pode ter descoberto a cura da doença de Jorge Lobo. Em parceria com instituto de Lauro de Souza Lima, de São Paulo, ele está medicando 237 pacientes e obtendo resultados satisfatórios. A pesquisa ainda não foi concluída.
A descoberta aconteceu por acaso. Certos de que estavam tratando pacientes acometidos pela hanseníase (as duas doenças têm semelhanças), os profissionais em saúde aplicaram ‘drogas’ medicinais em pacientes com a doença de Jorge Lobo. Descoberto o equívoco, percebeu-se uma redução da moléstia e Woods passou a combinar a associação dos medicamentos à base de PQP (Poliquimioterapia) mais Itraconazol (antifúngico).
Depois da descoberta, o Ministério da Saúde passou a fornecer a medicação para os municípios do Acre e região “Em alguns pacientes, já é possível observar que a doença deixou de evoluir. Além disso, foi constatado que os portadores de hanseníase e Jorge Lobo, ao mesmo tempo, reagiram bem aos remédios. Os sintomas começaram a desaparecer”, comentou a coordenadora do Serviço de Dermatologia Sanitária da Sesacre, Franciele Gomes.
Apesar de pouco conhecida – até mesmo pela ciência – a doença de Jorge Lobo atinge muitas pessoas, principalmente da região amazônica. Rio Branco e Sena Madureira são as cidades que mais registram casos. A cada seis meses, um grupo de pesquisadores de São Paulo vem ao Acre para acompanhar a evolução do quadro dos doentes.
Eles apresentam lesões causadas pelo fungo Paracocci-dioides Loboi, com aspecto avermelhado, nodular, verrugado e ulceroso. As regiões mais atingidas pelas inflamações são orelhas, braços e pernas, o que prejudica a estética do doente e dificulta o seu convívio social.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal