No dia 30 de dezembro de 1999, o advogado Emilson Brasil foi preso por ordem da juíza Denise Castelo Bonfim acusado de se apropriar de dinheiro da extinta Empresa de Processamentos de Dados do Acre (Acredata), da qual fora presidente na gestão do governador Orleir Cameli.
O advogado passou 60 dias preso não sem antes o então governador Jorge Viana (PT) ocupar todos os espaços possíveis na mídia local para anunciar que havia recuperado R$ 20 mil com a prisão e que isso fazia parte do esforço de sua gestão para moralizar a administração pública.
Após 14 anos, Denise Castelo Bonfim se tornou desembargadora e, a pedido da Polícia Federal, decretou prisões preventivas, expediu mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva, bloqueio de bens e compartilhamento de provas contra empreiteiros e secretários do governo estadual envolvidos com o G-7 – grupo de sete empresas de construção civil que atuava de modo articulado para fraudar licitações de obras públicas no Acre.
O ex-governador Jorge Viana, atualmente vice-presidente do Senado, agora não se cansa de dizer que existe gente sendo injustiçada pela decisão da desembargadora, o que inclui o sobrinho dele, Tiago Viana Neves Paiva, diretor de Análise Clínica da Secretaria de Saúde, indiciado por formação de quadrilha e fraude à licitação, o único dos 15 presos da Operação G-7 que conseguiu liberdade até agora.
E o advogado? Cadê Emilson Brasil na história? Ele foi absolvido da acusação de apropriação indébita e se tornou um dos mais atuantes na defesa do G-7, sobretudo em relação ao petista sobrinho do senador e do governador Tião Viana.
É o Acre, porra.
Fonte: Blog do Altino