A estimativa é de que 80 mil bovinos devam ser vacinados no Juruá
A campanha de vacinação contra febre aftosa iniciou no dia 01 deste mês e se estende até o dia 30. No Acre o Instituto de Defesa Agro Florestal (Idaf) visa vacinar 100% do rebanho para que o Estado possa manter o certificado de zona livre da febre aftosa. 80 mil bovinos devem ser vacinados na região do Juruá, que compreende os municípios de Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo.
Neste ano o Fundo de Amparo ao Pecuarista (Fundepec) em parceria com o Estado realizam vacinações em áreas de difícil acesso, como Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Jordão e a Comunidade do Rio Môa. O trabalho será levado até as localidades através de vacinadores e veterinários das instituições.
Desde 2000 que o Acre se mantem como área livre da febre aftosa. O criador Franecir da Silva Lopes movimenta aproximadamente 500 cabeças de boi no mercado cruzeirense anualmente e sente a necessidade de prevenir os animais contra a doença.
“É necessário que todos os criadores possam ter essa preocupação em vacinar o seu rebanho, eu considero essa ação de extrema importância, pois somente dessa forma poderemos continuar vendendo e criando gado de qualidade livre de doenças”, abordou o criador.
Essa é a segunda campanha de 2013, a primeira foi realizada no mês de maio. A regularidade na imunização do gado deu aos criadores acreanos a possibilidade de manter relações comerciais com outros estados da federação, tendo em vista que o Acre foi reconhecido pelo Ministério da Agricultura como zona livre da febre aftosa, por isso o gerente do Idaf no Juruá, Marcos de Souza, alerta que os criadores devem realizar a vacinação do rebanho até o fim do mês.
“Se bem vacinado, alcançando o índice mínimo de 90% estipulado pelo Ministério da Agricultura, o Acre continua como área livre da febre aftosa. Desde 2000 que não é registrado nenhum caso da doença no estado”, destacou o gerente.
Caso o criador não cumpra as exigências da campanha, ele fica prejudicado, pois não poderá comercializar os animais e ainda estará passível à multa. O prazo para declaração da vacina é até o dia 15 de dezembro e deve ser feito no escritório do Idaf de cada município.
A segunda etapa da vacinação contra febre deverá movimentar, também, as casas agropecuárias. Estima-se que o mês seja de mercado aquecido para este tipo de estabelecimento, uma vez que a procura pela vacina contra aftosa estará mais acentuada no período. Em Cruzeiro do Sul a dose da vacina pode ser encontrada pelo preço de R$1,70.
A doença
A febre aftosa é uma doença viral, altamente contagiosa, que afeta animais de casco fendido, como bois, búfalos, cabras, ovelhas e porcos.
A doença é transmitida principalmente pelo contato entre animais doentes e sadios. Mas o vírus também pode ser transportado pela água, ar, alimentos, pássaros e pessoas (mãos, roupas e calçados) que entraram em contato com os animais doentes. Os principais sintomas são febre, vesículas e úlceras na boca, patas e nas tetas, perda de apetite, salivação e manqueira. Ocorre também redução da produção leiteira, perda de peso, crescimento retardado e menor eficiência reprodutiva. Pode haver mortes principalmente em animais jovens ou debilitados. É obrigatório que o produtor notifique o serviço de defesa agropecuária quando observar esses sintomas em seus animais.
Tribuna do Juruá – Vanísia Nery