Apesar da trégua, fortes chuvas podem voltar a cair na região do Juruá. Possibilidade de novos desmoronamentos de terra ameaça a queda de casas em áreas de risco.
Em cruzeiro do Sul diversas localidades já foram afetadas com deslizamento de terras. Na maioria delas, as casas são construídas em locais íngremes e de difícil acesso.
Os moradores do bairro da Lagoa, por exemplo, ao mesmo tempo em que estão próximas às margens ao Juruá, ainda acima da cota de transbordamento, se amontoam nas barrancas do rio. Algumas inclusive, já foram atingidas por desbarrancamentos.
Para se ter idéia do estrago e perigo eminente, mais da metade de uma casa ficou debaixo de toneladas de barro, durante a última forte chuva registrada em Cruzeiro do Sul. A família estava almoçando quando aconteceu a tragédia. Por sorte ninguém se feriu.
“Não consigo tirar da cabeça aquele som forte e a terra engolindo tudo. Pensei que ia morreu”, relatou uma criança de apenas cinco anos, ao descrever o momento em presenciou parte da casa dos pais ser soterrada.
De acordo com a Defesa Civil, enquanto o período invernoso não passar, a recomendação é sair das residências ou em último caso redobrar a atenção.
Até agora as famílias retiradas das residências em locais de risco estão alojadas em casa de parentes, aguardando o melhor momento para voltar para suas casas. Mas, outra parte ainda se arrisca e preferem continuar dentro das residências.
“Não tenho para onde ir. Desde que minha mulher se foi vivo aqui sozinho. Não durmo com medo do barranco despencar. Mas, fazer o que, o jeito é rezar, porque se acontecer de uma vez, não só a casa será enterrada, mas como eu também”, desabafou o aposentado de 81 anos, José Ribeiro.
Tribuna do Juruá – Dayana Maia