O comerciante Francisco de Souza Batista, 42 anos, é mais uma das vítimas de arrombamentos que se espalharam pela cidade. Em apenas duas semanas, ele teve o seu estabelecimento “visitado” três vezes por bandidos, que levaram um pouco de tudo do seu pequeno comércio, localizado no Terminal Urbano. “Tive um prejuízo de mais de R$ 3 mil”, conta o homem, em tom desolado.
Mesmo tendo registrado os boletins de ocorrência, o homem acredita apenas na “Justiça de Deus”. Ele diz que faltam rondas da PM e mais investigação da Policia Civil, além da intervenção do poder público para tirar os dependentes químicos das ruas. “Não posso provar nada. Mais isso só pode ser coisa de viciado”, presume ele.
De tanto terem os seus comércios arrombados, os comerciantes do Terminal Urbano resolveram fazer um abaixo-assinado. Revoltados, eles querem que a PM faça ronda e que a prefeitura disponibilize um vigia para o local.
As pensões do local também são saqueadas praticamente todos os dias. Luzanira Jacob Sena é uma das vítimas “A gente registra o boletim de ocorrência e a policia nada resolve”, protestou, afirmando que a sua colega, uma senhora conhecida por Dinha, teve seu comércio arrobando todos os dias da semana. “Eles quebram tudo com um pé-de-cabra (alavanca)”.
O local, que era para ser um simples terminal urbano, transformou-se em um grande aglomerado. Ambulantes, taxistas, mototaxistas, vans, bêbados, carga e descarga de caminhões, biroscas, odor desagradável e muita gente indo e vindo para todas as direções. O terminal está em precárias condições de funcionamento, totalmente desprovido de serviços do poder público.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal