Depois de passarem quase três meses com os salários atrasados, um grupo de 18 funcionários terceirizados, que trabalha no Hospital Dermatológico de Cruzeiro do Sul, voltou a enfrentar o mesmo problema: eles estão com dois meses sem receber. O motivo: o governo do Estado não está honrando parcialmente o contrato com a empresa MM, que presta serviços de limpeza na unidade e cuja sede fica em Rio Branco. “Vou pagar juros altíssimos no crediário e meu nome está ameaçado de ir para o Serasa”, disse, aos prantos, uma funcionária.
A reportagem também constatou que existem outras pendências como o não pagamento de férias e parcelas do décimo-terceiro salário. Ao ser informado da situação, o vereador Marcos Lima Verde (PMDB) se solidarizou aos trabalhadores e vai denunciar o “descaso” nos Ministérios Públicos do Trabalho (MPT) e Estadual (MPE). “Isso é inadmissível. Eles ganham apenas um salário mínimo e sequer conseguem receber”, criticou ele, indignado.
A proprietária da empresa, a senhora Maria das Dores Silva Araújo, garantiu normalizar os pagamentos ainda este mês. Ela justificou o atraso alegando ter dificuldades para receber os pagamentos integrais do governo. “Há seis meses eu só recebo a metade”, disse a empresária, afirmando que o atraso nos pagamentos se estende a todos os prestadores de serviço e fornecedores. “Existe uma crise que deve perdurar até novembro”, previu.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal