O governador Tião Viana (PT) e secretário de Educação, Daniel Zen, deram uma tremenda rasteira nos trabalhadores em educação. Depois de 29 dias em greve, a condição para a suspensão do movimento fora um acordo firmado e não cumprido pelo governo estadual. Entre outros itens, os professores não receberam os pagamentos dos Prêmios de Valorização e Desenvolvimento Profissional (VDP) e de Valorização e Desenvolvimento de Gestão (VDG), que deveriam ser efetuados no mês de julho.
Indignado, o presidente do Núcleo do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac), Valdenízio Martins, afirma que o governado estadual colocou os professores contra a categoria. “Dá a impressão de que o Núcleo teria combinado, ou seja, feito uma armação para a suspensão da greve. “durante toda a paralisação, o governador e secretário, em nenhum momento, dialogaram com a categoria e, um dia após o encerramento, de forma descarada e imoral, descumpre o acordo”, desabafa o sindicalista.
Em documento oficial encaminhado às entidades sindicais, o governo diz que o não pagamento se deu por causa da fiscalização do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que está exigindo a comprovação dos cumprimentos de todos os critérios e metas estabelecidas nos decretos regulamentadores. “Tudo isso é balela. Não pagaram porque são sacanas”, dispara Valdenizio.
Ainda segundo o líder sindical, o governo também descumpriu o pagamento imediato das parcelas atrasadas parcelas da VDP para os professores da zona rural e provisórios. “Estamos repudiando essas atitudes desonestas, intransigentes, desrespeitosas, irresponsáveis e covardes do Governo do Estado do Acre”, adjetivou o presidente, dizendo que o governador mexeu com uma categoria “esclarecida e unida”.
Outras reivindicações não atendidas: transformação da VDP em regência de classe; ampliação e aumento do número de vagas para o curso pró-funcionário; a criação de uma política de investimento de formação continuada para professores e funcionários; a criação de uma comissão com representantes do sindicato, Secretaria de Educação e governo para discutirmos a problemática da saúde do trabalhador; e a reposição salarial da inflação.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal