O Hospital da Mulher e da Criança do Juruá, também conhecido como Maternidade, já registrou 71 partos de adolescentes em Cruzeiro do Sul. Houve um aumento de 3, 33 comparado ao mesmo período do ano passado, que notificou 43 nascimentos. De acordo com a coordenadora da unidade, Fabiana Gomes Ricardo, esse número será aumentado, uma vez que faltam dois meses e meio para “fechar o ano”.
De acordo com Fabiana, pelo fato de a garota não está com o corpo preparado, casos de mortalidade, prematuridade, má formação do feto, óbito intra-interino, deslocamento placentário prematuro (ameaça de aborto), baixo peso e acefalia aparecem entre os principais problemas.
“A adolescência é uma fase bastante conturbada na maioria das vezes, em razão das descobertas, das ideias opostas às dos pais e irmãos, formação da identidade, fase na qual as conversas envolvem namoro, brincadeiras e tabus. É uma fase do desenvolvimento humano que está entre infância e a fase adulta. Muitas alterações são percebidas na fisiologia do organismo, nos pensamentos e nas atitudes desses jovens” analisou a coordenadora.
A gravidez, ainda segundo ela, é o período de crescimento e desenvolvimento do embrião na mulher e envolve várias alterações físicas e psicológicas. Desde o crescimento do útero e alterações nas mamas a preocupações sobre o futuro da criança que ainda irá nascer. São pensamentos e alterações importantes para o período.
A gravidez na adolescência acarreta sérias consequências para todos os familiares, mas principalmente para as adolescentes envolvidas, pois envolvem crises e conflitos. “O que acontece é que essas jovens não estão preparadas emocionalmente e nem mesmo financeiramente para assumir tamanha responsabilidade, fazendo com que muitos delas saiam de casa, cometam abortos, deixem os estudos ou abandonem as crianças sem saber o que fazer ou fugindo da própria realidade”, explicou Fabiana Ricardo.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal