A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que eleva a pensão dos soldados da borracha de dois para sete salários mínimos, vai ser votada em oito dias na Câmara dos Deputados. A iniciativa, que tramita no Congresso há mais de uma década, é da ex-deputada e hoje senadora amazonense, Vanessa Grazziotin (PC do B). Se for aprovada, mais de seis mil nordestinos amazônidas serão beneficiados. Eles já foram reconhecidos como heróis da Pátria.
O Acre é o estado para onde 50% desse total de ex-seringueiros vieram e decidiram fixar moradia para o resto de suas vidas, após o front de guerra, onde foram explorados, sofreram com o trabalho escravo e sobreviveram a doenças terríveis e aos ataques de animais selvagens, durante o governo Getúlio Vargas, na II Guerra Mundial.
Para que aconteça a promulgação há um caminho difícil a ser trilhado: a PEC precisa ser aprovada duas vezes na Câmara e duas vezes no Senado. Essa informação tem sido omitida pelas assessorias de políticos que querem tirar proveito pessoal da causa, uma vez que é difícil um acreano não ter um soldado da borracha na família.
Entre os 11 parlamentares acreanos em Brasília, a deputada Perpétua Almeida(PC do B) foi a que mais se esforçou para que a proposta chegasse até aqui. Cabe alertar, ainda, que a maioria dos parlamentares segue as orientações do Palácio do Planalto. Este não tem muito interesse em fazer justiça com esses bravos homens. Os petistas Siba Machado e Taumaturgo Lima votaram, por exemplo, contra a repartição dos royalties de petróleo entre os estados da federação.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal