Médico especialista explica que sons acima de 45 decibéis já podem ocasionar consequências
A poluição sonora é um problema grave que ameaça constantemente o homem, é quase impossível passar pelo Centro da cidade e não se deparar com os altos sons. Os incômodos sonoros são variados, carros de propaganda, buzinas, sirenes, motores, músicas com volumes acima do limite, brinquedos eletrônicos, e outros. Fatores que acabam causando além de danos auditivos, diversos outros prejuízos à saúde. As conseqüências vão desde irritação, insônia, fadiga, alteração da pressão, ritmo e freqüência cardíaca alterados, mal estar, ansiedade e transtorno no aparelho digestivo.
A perda de audição se instala de forma lenta e progressiva e o ouvido sofre um processo de envelhecimento gradual. O barulho do dia-a-dia irrita, incomoda, e acaba provocando danos a diversos órgão humanos. Segundo o médico especialista, Drº Marcos Melo, existem pessoas que são susceptíveis a ter problemas, outras toleram mais. Os níveis de pressão sonora elevada podem chegar a ocasionar agravos como perda auditiva, sendo que os sons agudos são ainda mais prejudiciais do que os graves.
“ Esse tipo de problema pode dar origem a uma perda auditiva, ou seja, um dano da audição provocado por ruído intenso, chamado de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevado. Depois que os danos são causados não tem mais volta, são irreversíveis. Depois que as células ciliadas, responsáveis pelo processo auditivo, são destruídas, elas não se regeneram mais”, explicou o médico.
O médico ainda aborda a importância dos cuidados necessários que devem ser tomados para evitar os danos auditivos.
“ A prevenção pode ser feita desde o ambiente familiar, dentro de casa, evitando ruídos intensos, principalmente com as crianças, através de brinquedos que produzem ruídos muito altos. No ambiente de trabalho, e nos ambientes em geral também deve-se realizar essa prevenção, como pessoas que trabalham em ambientes com sons intensos deve-se usar os abafadores de ruídos”, mencionou.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 10% da população mundial têm algum tipo de deficiência auditiva.
A secretária municipal do meio ambiente, Francisca Nascimento, explicou que a Lei que regulamenta o uso de som está sendo trabalhada junto à assessoria jurídica da câmara de vereadores. A proposta de lei foi apresentada pelo vereador Mauri Barbosa. Atualmente a secretaria trabalha de forma educativa, quando solicitada através de denúncias, existindo ainda uma parceria com o Imac e outros orgãos.
“ Não realizamos fiscalização ainda por que a lei precisa esta aprovada com todos seus quesitos e parâmetros, mas nós realizamos o processo do monitoramento. Estamos trabalhando junto com o Imac uma forma como inibir o abuso da poluição sonora. A polícia também é uma das instituições parceiras”, falou secretária.
As penalidades para quem infringir as normas estão sendo estabelecidas no Projeto de Lei. A secretaria de Meio Ambiente esta realizando uma programação de fiscalização junto com o Imac e polícia. O sons serão aferidos através do decibelímetro, aparelho que mostra a intensidade do som.Os níveis sonoros recomendados de acordo com as normas da ABNT variam de açodo com o horário e o tipo de área.
“As pessoas que abusam da poluição sonora não tem noção do quanto ela é agressiva para saúde humana. O Meio Ambiente é a nossa vida. Precisamos ampliar esse nível de conscientização das pessoas, e quando essa poluição sonora é causada atinge todas as vidas, as nossas e as que estão em volta e gerando dessa forma um desequilíbrio”, finalizou a secretária.
Tribuna do Juruá – Vanísia Nery