A região do Vale do Juruá, pela terceira vez consecutiva, foi indicada como a melhor estratégia de combate à Malária na América do Sul. A equipe técnica da Vigilância Epidemiológica do governo estadual foi homenageada no escritório central da Organização Pan-America de Saúde (Opas), em Washington (EUA), como campeã na luta contra a malária nas Américas 2013.
Uma das estratégias que tem colaborado para que o número de casos da doença venha diminuindo, gradativamente, é a entrega de mosquiteiros impregnados com repelente, que começaram a ser distribuídos em 2007. Somente neste ano, foram investidos mais de R$ 500 mil na compra de equipamentos, como barcos, motor de polpa, bicicletas e mobiliários para fortalecer as ações desenvolvidas.
Depois da maior epidemia da doença já registrada no estado, em 2006, quando foram notificados mais de 93 mil casos, a região do Vale do Juruá se tornou uma referência mundial no controle da endemia. O programa de combate à malária é desenvolvido pelos agentes de endemias, que passam diariamente nas residências, onde a incidência de casos da doença é maior, tentando identificar pessoas infectadas e orientando a população.
No Brasil, a transmissão da malária está quase que totalmente restrita à região Amazônica, área endêmica para a doença no Brasil. Os sintomas são pouco específicos, os mais comuns são dor de cabeça, dor no corpo, fraqueza, febre alta e calafrios. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente toda a medicação para o tratamento da malária, sendo que, para cada espécie de plasmódio, há medicamentos ou associações de medicamentos específicos em dosagens adequadas à situação de cada paciente.
O diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e adequado dos casos, além de medidas específicas de controle do anofelino, mosquito transmissor, são as mais importantes estratégias para controlar e prevenir a malária no País.
Contudo, apesar dos avanços na redução dos casos de malária no País, e considerando que ainda não existe uma vacina disponível contra a doença, as medidas de proteção individual e familiar são as formas mais efetivas para a prevenção. Elas devem ser sempre utilizadas, principalmente nas áreas endêmicas.
Em 2000 os casos de malária no Brasil foram aproximadamente 615 mil, sendo que em 2012 esse número caiu para cerca de 243 mil (- 60%). Além disso, o número de óbitos e a frequência de internações por malária no Brasil também vêm mostrando declínio. De 2000 até 2012, os óbitos por malária passaram de 243 para 61, representando uma diminuição de aproximadamente 75%. Já o número de internações caiu cerca de 84%, passando de 21.288 para 3.328, confirmando-se ainda mais a tendência de queda já relatada no ano 2011.
Medidas preventivas
As seguintes medidas de prevenção individuais devem ser levadas em consideração contra as picadas do inseto: uso de mosquiteiros impregnados com inseticidas (piretróides) de longa duração em camas e redes; uso de roupas claras e que protejam pernas e braços, durante as atividades de exposição elevada; instalação de telas em portas e janelas; uso de repelentes que devem ser aplicados nas áreas expostas da pele, seguindo a orientação do fabricante sobre o prazo para reaplicação do produto; evitar exposição nos horários de maior atividade do mosquito, do pôr-do-sol ao amanhecer.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal