O filósofo italiano Nicolau Maquiavel, autor da obra o Príncipe, considerado um dos mais completos tratados sobre política da era moderna e atual dizia, com base em sua experiência de poder, que “os inimigos de hoje serão os aliados de amanhã”. Pois o reflexo da frase do pai da filosofia política foi visto nesta quinta-feira, no Acre, entre Marina Silva e César Messias, ambos do PSB. O fazendeiro, vice-governador do Acre, não largou um momento sequer o pé da “seringueira”, que ficou conhecida em nível mundial por sua luta em favor do meio ambiente.
Na hora da entrevista coletiva, o fazendeiro César Messias ficou o tempo todo ao lado da candidata a vice-presidente, como um famoso papagaio de pirata, sem piscar para as câmeras. A cada resposta de Marina sobre temas ambientais ou políticos, Messias sorria empolgado como se estivesse entendo absolutamente todo discurso de preservação pregado pela ex-ministra do Meio Ambiente.
De fato, o fazendeiro Messias entende tanto de meio ambiente quanto Marina de gado e arroba. Porém, os dois vão levando a aliança contraditória. Sem obviamente críticas mútuas. São coisas do poder.
No Acre, Cesar Messias apoia Sebastião e Perpétua, candidatos da Frente Popular ao governo e ao Senado, respectivamente. No plano nacional, ele diz que vota em Eduardo Campos, mas pela ligação siamesa com os petistas torce por Dilma. Já Marina Silva tem uma aliança contraditória com o PT do Acre, porém não perde tempo em viver criticando Dilma Rousseff a quem acusou hoje, momentos antes de proferir palestra na SBPC/Ufac, de liderar a política do “toma lá, dá cá”.
A seringueira e o fazendeiro no mesmo palanque e enquanto isso vários militantes, cá no meio da plateia, estranhando a junção dos dois. “Eu fui pra Rede para me livrar dessas coisas do poder e agora vejo aqui o Cesar e a Marina. Vou votar só essa vez e não quero mais saber de política”, disse um filiado ocupante de cargo na diretoria da Rede, criada por Marina Silva.
Luciano Tavares – ac24horas