“Quem não demitir não chega ao meio do ano”, disse o prefeito do Bujari, Tonheiro Ramos (PT), na manhã desta segunda-feira (19) ao informar vai demitir os cargos comissionados do município, além de fazer um corte de R$ 2 mil – no próprio salário – para tentar escapara da crise provocada pelo acumulo das dividas trabalhistas da prefeitura e o corte no repasse do Fundo de Participação dos municípios (FPM), que aconteceu no início de 2015.
Segundo Tonheiro, o município de Bujari teve um sequestro de 100% na primeira parcela de FPM no mês de janeiro. Apesar de a prefeitura ter feito o parcelamento dos mais de R$ 4 milhões de dividas trabalhistas, o município poderá ficar sem o repasse integral de seu FPM. “Nós perdemos R$ 104 mil neste primeiro “sequestro”, impactando diretamente no pagamentos de nossos servidores. Estamos estudando os cortes que faremos”, diz Tonheiro.
O prefeito afirma ainda que os secretários municipais que também são servidores públicos do Estado ou do município terão que fazer a opção de trabalhar para ganhar apenas o salário de seu cargo de carreira. “Reunimos todos os secretários, eles estão dispostos a ajudar neste momento de crise. Portanto, ficou decidido que eles receberão apenas o pagamento de seus cargos de carreira. Também vamos conversar com os vereadores”, enfatiza Tonheiro.
O gestor petista destaca que os cortes nos repasses de FPM também atingiram a área dos serviços essenciais, como a coleta de lixo e a recuperação de vias públicas. “Perdemos uma emenda para comprar um caminhão compactador de lixo, porque não temos um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Estamos sendo obrigados a transportar o lixo numa caçamba, inclusive, já fomos denunciados por isso, mas trabalhamos com o que temos”.
Tonheiro Ramos afirma que o FPM sofreu um redução de mais de 28% – afetando as finanças combalidas da maioria dos 22 municípios acreanos. “Marquei uma reunião para hoje à noite com os vereadores, temos que saber qual vai ser a contribuição da Câmara, para tentarmos superar as dificuldades e manter o município funcionando. A dívida trabalhista é uma herança da administração anterior, que temos que tentar pagar e colocar Bujai adimplente novamente”.
Questionado sobre o número de cargos comissionados que deverão ser exonerados, Tonheiro disse que ainda está fazendo um levantamento, mas a previsão é que mais de 60 pessoas sejam demitidas nos próximos dias. “Não é uma tarefa fácil, mas temos que respeitar a lei de responsabilidade fiscal. Estou fazendo um corte de R$ 2 mil no meu salário, os secretários trabalharão sem receber o salário do cargo. Esta é a dura realidade que enfrentamos”.
Por Ray Melo da editoria de política de ac24horas
Foto: Amac