Integrando a caravana do Acre em Brasília, a presidente do Sindicato dos Agentes de Saúde e Endemias, Raquel Cabral, repudiou a ausência dos oito deputados federais acreanos na votação do projeto de lei que cria o piso salarial nacional para a classe. “Isso é uma vergonha. Eu escondi a minha bandeira do Acre. Nunca vi tanto descompromisso com a nossa categoria”, desabafou a líder sindical.
Na noite de ontem (23), a Câmara aprovou o requerimento para votação em regime de urgência. A sessão foi antecedida de debates e polêmicas entre os que defendiam e combatiam a votação da proposta. O projeto volta ao plenário no próximo dia 04 de novembro.
O governo federal foi contra a votação da proposta, argumentando que é preciso fazer um acordo com estados e municípios para custear as despesas de implantação do piso salarial de R$ 950. No país, segundo dados do governo, existem atualmente 260 mil agentes comunitários de saúde. Alguns prefeitos pagam salários menores, alegando que há gastos extras, com o pagamento de encargos trabalhistas e estrutura de trabalho dos agentes.
O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que a União já repassa aos municípios R$ 950 por cada agente comunitário e não tem como aumentar o valor. E pediu tempo para fazer o acordo com estados e municípios. “Comprovamos que nada se consegue sem luta. Acabamos de sair de uma greve no Acre. Alguns prefeitos, infielmente, não querem honrar alguns compromissos”, finalizou Raquel Cabral.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal