Completamente atônita, a sociedade acreana tem sido obrigada a ler, ouvir e assistir diariamente uma sequência de ataques ao Poder Judiciário por parte de agentes do Governo do Estado
Gina Menezes, da Agência ContilNet
O deputado federal Gladson Cameli (PP-AC) publicou na manhã deste sábado,29, em sua página no Facebook um artigo intitulado “A culpa é de quem?”, onde contesta a forma sob a qual o governador Tião Viana (PT) e demais gestores públicos têm conduzido a polêmica operação G-7, da Polícia Federal.
Gladson repudia os ataques ao Poder Judiciário e lamenta a tentativa dos governistas de inverter os valores e fragilizar os poderes constituídos. leia a seguir:
A culpa é de quem ?
Acompanhando atentamente os últimos acontecimentos no Acre e Brasil afora, observando com maior inclinação as manifestações populares de protesto a todas as formas de negligência social, e principalmente a corrupção da qual somos todos vítimas, sinto-me, como cidadão, no direito de opinar sobre vários fatos que ora movimentam a opinião pública acreana, mais precisamente sobre a inversão de valores e a tentativa frustrada por parte de autoridades políticas de desqualificar e fragilizar os poderes constituídos.
Completamente atônita, a sociedade acreana tem sido obrigada a ler, ouvir e assistir diariamente uma sequência de ataques ao Poder Judiciário por parte de agentes do Governo do Estado, que à margem de todo e qualquer respeito às leis, criam desculpas esfarrapadas para justificar a falta de competência, transparência e ética frente à Administração Pública. Não é de hoje que o governador Tião Viana (PT) e seus subordinados utilizam de maneira leviana e centralizadora os veículos de comunicação patrocinados com dinheiro público para buscar culpados por erros cometidos por gestão pública desastradas, suja e improdutiva.
No dia 10 de maio deste ano, o Acre vivenciou a maior operação da Polícia Federal deflagrada no Estado,para desbaratar um esquema denominado Operação G-7, cujo objetivo era dividir de maneira combinada licitações de interesse do grupo. A operação resultou em diversas prisões e vários indiciamentos, entre os quais os de secretários estaduais e empresários. Consta na peça investigativa a conduta de vários crimes: formação de cartel, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, fraude em licitação e desvio de verbas públicas.
Os programas Ruas do Povo e Cidade do Povo, este último já no início das obras, haviam sido embargados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), com base em denúncias do Ministério Público Estadual (MPE), por diversas irregularidades no convênio assinado.
Impressionante não somente para mim, mas para o Acre inteiro, tem sido a postura de um chefe de Estado que ora atua de acordo com seus interesses, ora como advogado de defesa; ora como advogado de acusação, causando ainda mais embaraço a todos que assistem as cenas de um espetáculo fracassado e ultrapassado, onde àqueles que cumprem as leis são taxados de bandidos e os bandidos taxados de vítimas. Até que se prove o contrário, entende-se que o mar de corrupção instalado no Acre tem as digitais do governador petista.
É necessário que esses governantes tenham consciência de que vivemos um momento ímpar na história de nosso País. As manifestações populares alastradas pelos quatro cantos do Brasil demonstram claramente que o povo não tolera mais velhas políticas por parte daqueles que se esquecem do coletivo em prol de interesses particulares. Ainda esta semana a presidente Dilma Rousseff chamou a Brasília todos os representantes do executivo estadual para traçar metas que correspondam ao clamor das ruas por mais saúde, educação, mobilidade urbana e transparência.
Penso que o recado não foi absorvido pelo governador Tião Viana. Justificar a incompetência e os supostos crimes cometidos por gestores públicos só demonstra a falta de compromisso e respeito com os acreanos.
Quem dera o bom senso prevalecesse e cessassem as patéticas tentativas de justificar o que não tem justificativa e esses governantes compreendessem que a oposição é um dos braços da democracia.
O momento é de diálogo e de uma busca incessante de atender aos anseios dos milhares de homens e mulheres que estão nas ruas clamando por cidadania, progresso e justiça.
Proponho a todos que, ao invés de buscarem culpados, buscarmos soluções para os inúmeros problemas que assolam o Acre, que vão desde a explosão da criminalidade, caos na administração pública, falência do setor produtivo (leia-se economia), falta de assistência de saúde e uma educação precária.
O papel de buscar culpados é do Poder Judiciário e não do Poder Executivo. Permaneço disposto a ajudar o Governo do Estado, independente de cores partidárias, a fazer o que tem que ser feito pelo bem de todos, até mesmo daqueles que se consideram insuperáveis. Estamos abertos ao diálogo para construir um Acre melhor e mais forte. O povo agradece!