Prometida para ser executada em 14 meses, a construção do Parque Linear está abandonada causando transtornos e indignação nos moradores dos bairros do Remanso, Cruzeirão e Telégrafo. A obra de mais de R$ 13 milhões chegou a ser iniciada, mas foi paralisada por falta de recursos para indenizar moradores, além dos problemas causados pela prisão do secretário estadual de Obras, Wolvenar Camargo, há mais de um mês recolhido ao presídio. Ele foi um dos 29 indiciados pela Operação G-7.
Segundo pessoas ligadas à Construtora Colorado, empreiteira responsável pelos serviços, tudo que já foi feito no percurso dos 500 metros não poderá ser reaproveitado com a retomada das obras. Os canais têm que ser reconstruídos novamente. A obra do governo estadual foi iniciada em um local desabitado, mas a intervenção causou vários prejuízos à comunidade.
Os moradores reclamam das constantes inundações das ruas, que foram cortadas pelas máquinas. Imensas crateras colocam em risco a vida de pessoas que trafegam pelo local. A construção começou a ser executada no período eleitoral (2012), quando a Frente Popular do Acre, capitaneada pelo PT, tentou impressionar os eleitores.
Como a paralisação, o barro se acumulou nas galerias construídas pela empreiteira. Populares que seriam beneficiados denunciam que, além dos alagamentos constantes, também podem ser vítimas de desmoronamentos, uma que em alguns terrenos existem fissuras.
A obra iria beneficiar mais de duas mil famílias com esgoto, rede de abastecimento de água, acessibilidade e áreas de lazer, transformou-se num problema ainda maior do que antes da intervenção da construtora. Para os moradores próximos a obra, o local está se tornando inadequado para qualquer tipo de habitação.
A reportagem da Tribuna do Juruá tentou falar com os responsáveis pela Secretaria de Estado e Obras Públicas (Seop), mas disseram que apenas o secretário Wolvenar Camargo tem autorização para falar pela Pasta. “Estamos em pleno verão e está tudo parado”, disse, revoltado, o morador Eriberto Francisco de Alencar.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal