
Uma manifestação realizada na manhã desta sexta-feira (01) reuniu mais de 200 pessoas na cidade de Cruzeiro do Sul. As entidades representativas dos trabalhadores aproveitaram o Dia do Trabalhador, 01 de maio, para se manifestar contra a proposta de terceirização do serviço público que tramita no Congresso Nacional e se uniram aos indígenas que criaram um ato de resistência à prospecção de petróleo na região do Juruá.
Os manifestantes se reuniram na Ponte da União, onde o tráfego de veículos foi interditado durante mais de meia hora, em seguida caminharam pelo centro da segunda maior cidade acreana. No encerramento houve uma concentração em frente ao escritório da Petrobrás. Com faixas e cartazes os participantes do movimento apresentaram as propostas defendidas pela classe trabalhadora.
O Bispo Dom Mosé Pontello participou da manifestação. Ele acompanhou toda caminhada e se posicionou contra a prospecção de petróleo da maneira com está sendo projetada pelo governo.
“Lutar pela causa da vida nessa situação é importante, sobretudo, considerando que nós estamos em uma região de lagos, rios e florestas. O que vai ter de estrago na natureza, na vida humana e animal é muito grande. Nem sabemos de fato o que pode acontecer. De forma que temos que batalhar para que, se for concretizado, possam cuidar da vida e não se abuse de quem mora nesta região” – defendeu a autoridade religiosa.
A manifestação também marcou o encerramento de um encontro de três dias promovido pelo Conselho Missionário Indigenista – CIMI – com representantes de todos os povos indígenas do alto Juruá. Durante o encontro foram aprofundados os debates sobre diversos temas, entre esses, a prospecção de petróleo.
“Esse projeto tem uma parte que é boa para o desenvolvimento de nosso estado, mas na maior parte é ruim para a população acreana, pois vai afetar diretamente a nossa riqueza que é a floresta e a biodiversidade. Estamos aqui para defender esses valores de todo o povo da floresta. Vemos nossos direitos sendo violados em relação a saúde, a educação, na nossa cultura, por isso estamos dizendo aqui: Estamos vivos e vamos proteger a todo custo a nossa floresta. Vemos as experiências em outras regiões onde o povo se acaba e o projeto continua. Então nós queremos que aconteça o mesmo em nossa região” – disse Fernando Katukina, representantes da comunidade Katukina da BR 364.
O representante da Central Única dos Trabalhadores, João Sandim, também defendeu as ideias dos indígenas e afirmou que a CUT é contra o Projeto de Lei regulamenta a terceirização dos serviços públicos. “A terceirização da mão de obra nada mais é que o trabalho escravo e meia dúzia de pessoas enricando às custos do suor dos trabalhadores. É por isso que estamos aqui reunidos nesse dia de manifestação em todo o país, para dizermos que também somos contra a essa proposta” – destacou Sandim.