A malária voltou a crescer em Cruzeiro do Sul. Foram 8.566 casos notificados em 2012 contra 12.118 registrados até setembro de 2013, o que representa, neste momento, um aumento de 41%. Como o ainda dois meses e meio para o final do ano, certamente esse número vai se elevar para mais de 50%. As dificuldades de acesso às comunidades, a resistência da população em deixar suas casas serem borrifadas e o não cumprimento da recomendação médica figuram entre as principais causas do crescimento da endemia.
Mesmo sem “fechar” os números referentes a este ano, a coordenadora de Endemias, Simone Daniel da Silva, disse que, mesmo com o crescimento, as notificações mensais se estabilizaram em torno de 1.300 casos.
O clima quente e úmido e a topografia acidentada da região, onde se formam charcos e açudes, aumentam a incidência. A cada vez mais surgem casos na região periférica, com destaque para os bairros Aeroporto Velho, Cruzeirinho, Conjunto São Salvador e Arthur Maia. “Outro fator que contribui para a transmissão é a pessoa que vem da zona rural para a cidade. Naquela casa onde ela se hospeda o mosquito vai infectar outras pessoas”, disse a coordenadora.
O ponto crítico da epidemia aconteceu em 2006, quando, em apenas um mês, foram registrados cerca de 6.000 mil casos. A política nacional de controle e as ações da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) reduziram os casos na última década. As palestras educativas, a distribuição de mosquiteiros impregnados e agilidade no diagnóstico e tratamento foram as principais medidas adotadas. “É preciso tratar o doente para ele não transmitir”, destacou Simone Daniel.
A malária é transmitida da seguinte forma: o carapanã sadio pica uma pessoa doente. Ele fica contaminado pelo parasita da malária. Depois o carapanã com a malária pica uma pessoa sadia e transmite a doença. Os principais sintomas são a dor de cabeça, febre, tremor e dor no corpo e na barriga.
A coordenadora recomenda à população para aceitar as orientações dos agentes de vigilância em saúde, dizendo também que os pacientes precisam tomar a medicação de forma correta. “Durma sempre com o mosquiteiro ou cortinado, caso aparecem os sintomas, procurem um serviço de saúde”, orientou ela, informando ainda que o tratamento é gratuito.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal