O verão intenso deixa as cacimbas secas e até agora ainda não foi implantada uma rede de abastecimento, com isso os moradores da Rua Silvam, no Bairro Aeroporto Velho, enfrentam dificuldades para conseguir água para suprir as necessidades da família. Quem tem condições financeiras mandou construir um poço artesiano e a população de menor poder aquisitivo está comprando de empresas particulares ou precisa sair com o balde na cabeça, em busca de água em outras regiões da cidade.
A Rua Silvam está localizada em uma parte do Bairro Aeroporto Velho que se formou há quatro anos. No local é possível perceber duas realidades que diferenciam o modo de vida dos moradores. De um lado vivem empresários e servidores de alto escalão do serviço público que se acomodam em mansões e que não passam pelo problema. Esses construíram poços artesianos em suas casas e não percebem a falta do liquido preciso.
Do outro lado estão os assalariados, alguns diaristas, profissionais autônomos e até desempregados que enfrentam dificuldades para manter as necessidades básicas devido a faltar de água. Aquele que consegue economizar algum dinheiro, desembolsa um valor de R$ 40,00 para comprar 2 mil litros por semana das empresas particulares. Mesmo assim é preciso muita economia para não consumir toda água rapidamente e ter que voltar a ligar para o motorista do caminhão pipa.
Esta é a situação do vendedor Domingos Dias da Costa que moram há mais de dois anos no local. “Estamos enfrentando uma verdadeira seca em plena região amazônica onde a água é um produto em abundância. Toda semana tenho que comprar para não deixar faltar água para minha família e, mesmo assim, ainda temos que deixar para lavar roupa na casa da mãe da minha esposa para economizar, porque se não for assim, a conta vai lá em cima” – disse o morador.
O problema se agravou nos últimos dois meses devido o verão intenso que deixou as cacimbas com um baixo nível. Em algumas ainda é possível encher alguns vasos logo pela manhã, mas antes do meio dia já estão esgotadas. Outras secaram totalmente.
Com o objetivo de executar o programa Ruas do Povo, o governo do estado já instalou canos na rua, mas ainda não colocou a rede adutora. Há mais de quatro meses os tubos estão expostos na frente das casas, mas sem conduzir nenhuma gota d’água. O coordenador do programa, Gontran Neto, informou que o governo segue um cronograma de trabalhos e, que antes de providenciar a pavimentação de cada rua, já implanta a rede de água. Entretanto, não deu previsão de quando os moradores da Rua Silvam vão ter a rede concluída e interligada ao sistema de abastecimento de água da cidade.
Tribuna do Juruá – Da redação