Com uma mordaça na boca, o professor Emerson Aguiar Corsine, da disciplina de física, da escola de ensino Médio Dom Henrique Ruth, de Cruzeiro do Sul, manifestou na manhã desta quinta-feira (07) sua indignação ao receber a notícia da direção do colégio que seria afastado de sala de aula e posteriormente devolvido a Secretaria de Estado de Educação. O educador alegou falta de diálogo por parte da direção da escola para tomar a decisão radical em seu desfavor.
Emerson informou que não sabe bem o que teria motivado o seu desligamento da instituição de ensino. Ele acredita que uma decisão contraria a direção, no que se refere ao planejamento e execução de projeto de ciência, seria o verdadeiro motivo do seu afastamento.
“Apenas manifestei o pensamento contrário ao prazo dado pela coordenação, de um mês, para a organização de um projeto de ciência. Vivemos em país democrático, livre para expressarmos o pensamento e idéias, não foi o que aconteceu aqui,” reclamou.
Muitos alunos saíram em defesa do mestre, que eles tratam carinhosamente como “Tiozão”. Na manhã de sexta-feira (08) um novo protesto foi realizado, desta organizado pelos alunos, eles pediram a permanência de Corsine.
O diretor da escola de ensino médio Dom Henrique Ruth, Jair de Souza, também se manifestou na manhã desta sexta-feira, após se reunir com o grêmio estudantil. De acordo com Jair, falhas seguidas do profissional seria o motivo do afastamento.
“Por várias vezes já tinha chamado atenção dele, devido a seguidos atrasos no serviço, por se ausentar da sala de aula sem a devida comunicação a direção e o fato mais grave, não planejava suas aulas, o que é exigido por lei, ” explicou.
A presidente do Conselho Estudantil, Raíssa Negreiros, também se manifestou a favor do desligamento do professor da escola, ela acredita que os alunos se equivocaram ao apoiar o manifesto do professor.
Já o coordenador da Regional de Educação Estadual no Vale do Juruá, Charles André, disse que vai avaliar a situação e que na próxima semana deve decidir o futuro de Emerson Corsine.
“Ele pode ser apenas remanejado para outra instituição de ensino, como também, existe a possibilidade de o mesmo ser demitido”, explicou.
Tribuna do Juruá