O terremoto de 7.0 registrado no norte do Peru na tarde de ontem e sentido em todo o Acre alcançou a mesma magnitude do que devastou o Haiti no início de 2010, quando mais de 200 mil pessoas morreram. A diferença entre os dois está na profundidade. Enquanto no caso haitiano o abalo foi a 10km da superfície, no Peru ele ocorreu a 140 km.
Esta é uma das características dos terremotos nesta região da América do Sul – ocorrem a dezenas de quilômetros de profundidade, livrando as cidades de grandes desastres. O Acre é a região do Brasil que registra o maior número de abalos sísmicos.
A razão se dá pelo fato de o Estado estar localizado na borda da Placa de Nazca, que passa embaixo da Placa Sul-americana, formando as Cordilheiras dos Andes.
A constante movimentação das placas tectônicas gera os tremores de terra de grande magnitude. Registros do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília apontam o mapa do Acre como o Estado brasileiro onde mais se concentra os terremotos.
As cidades do Vale do Juruá, por sua proximidade com o Peru, são as mais sensíveis aos impactos dos tremores.
“A América do Sul está indo de encontro ao fundo do Oceano Pacífico, que é a Placa de Nazca. Ao se chocarem se criam as cordilheiras e provocam os terremotos. No fundo do Acre a Placa de Nazca está sendo consumida”, explica o paleontólogo Alceu Ranzi, da Universidade Federal do Acre.
Fabio Pontes, do Site Agazeta.net