Durante dois dias, sexta (16) e sábado (17), a deputada estadual Eliane Sinhasique (PMDB) esteve no Jordão conversando com a população. A parlamentar aproveitou a visita para agradecer os votos que teve na eleição e fiscalizar as instituições estaduais. Sinhasique conversou com funcionários públicos da saúde, educação e segurança pública e identificou uma série de problemas.
O risco da delegacia desabar
Considerado um dos municípios mais isolados do Acre, o Jordão sofre com o descaso e o abandono do poder público estadual em alguns setores. A delegacia funciona de maneira precária. O prédio tem várias rachaduras nas suas paredes colocando em risco a integridade física dos policiais civis e detentos. Para complicar ainda mais, a delegacia não tem nenhum sistema de abastecimento de água.
“O absurdo é que segundo o depoimento dos funcionários o prédio já foi inaugurado há 11 anos sem um sistema de abastecimento de água. Não fizeram encanamento e nem colocaram caixa d’água. É preciso pegar água no balde nas casas vizinhas. Sem falar nessas enormes rachaduras na parede que torna o local totalmente inapropriado para funcionar,” denuncia Sinhasique.
A Polícia Militar também é um problema para a segurança pública do município. O posto policial funciona com apenas seis militares quando o ideal, segundo relatos dos próprios policiais, seria de no mínimo 12. Na realidade, alguns PMs que participaram do curso de formação para atuarem no Jordão foram transferidos do município através de apadrinhamento político. Isso deixou o efetivo desfalcado no Jordão. Sem falar nos problemas de manutenção das viaturas que estão sempre quebradas.
Educação
A deputada Eliane Sinhasique visitou ainda duas escolas estaduais, a Manoel Rodrigues de Farias e a Jairo de Figueiredo Melo. Conversou com as diretoras e professoras e identificou problemas, mas que já estão sendo resolvidos. A parlamentar anotou as reivindicações dos profissionais da educação para encaminhar aos dirigentes da Secretaria Estadual de Educação.
Saúde pública problemática
No Hospital da Família existe a falta de um profissional para operar o raio x da unidade e os pacientes são deitados na pia para fazer o procedimento. Isso complica o atendimento da população. Além disso, é necessária a contratação de um dentista, de enfermeiros, técnicos de enfermagem e de um motorista para dirigir a ambulância, que por sinal já passaram em concurso público, mas ainda não foram chamados. A sala de parto é muito pequena e a auto clave, para esterilizar material hospitalar, fica no corredor da unidade de maneira inadequada às suas funções.
Abandonados à própria sorte
A deputada Eliane Sinhasique fez ainda uma visita ao Bairro Lindolfo Matheus, conhecido como Bairro Novo. Um conjunto residencial com 21 casas construído pelo Governo do Estado dentro de uma área alagadiça.
“Os moradores estão vivendo em condições sub-humanas. As ruas não foram terminadas e com as chuvas se tornam completamente intrafegáveis. A falta de acesso ao conjunto impede a prefeitura de recolher o lixo que se acumula colocando em risco a saúde dos moradores. Sem falar que não há iluminação pública deixando as pessoas no escuro total à noite. Agora, o pior é que a situação pode se agravar ainda mais. Os terrenos que restaram do conjunto estão sendo doados a novos moradores que irão construir suas casas dentro desse igapó sem as mínimas condições de habitação,” denunciou a deputada.
Obras em andamento
O escritório da empresa que realiza uma obra orçada em R$ 20 milhões para pavimentação, drenagem e esgotamento sanitário no Jordão também foi visitado por Eliane Sinhasique. A parlamentar contou aos técnicos da empresa relatos de moradores de que alguns trechos de pavimentação feitos sem a drenagem acabaram por alagar algumas residências. E pediu providências.
“O investimento dessa obra feita com recursos do Banco Mundial merece uma fiscalização mais detalhada por parte do Governo. Afinal, são apenas oito quilômetros de pavimentação que podem representar uma melhoria considerável na urbanização do Jordão. Mas se a obra não acontecer com os cuidados necessários não atenderá às necessidades da população e será mais um exemplo de desperdício de recursos no Acre,” finalizou Sinhasique.
Floresta Digital
O serviço de Internet fornecido pelo Governo do Estado, conhecido por Floresta Digital, funciona de forma precária no município por conta da falta de um aparelho nobreak. Uma das funções do aparelho é alimentar os dispositivos, em caso de queda de luz, através de uma bateria.
Como o município não dispõe do aparelho, quando falta energia, a população fica uma semana com o serviço interrompido, o que acontece com frequência. Um nobreak custa em média R$ 3 mil.
Assessoria