Caminhonete da Polícia Civil dirigida por delegado colidiu com motocicleta.
Esta sexta-feira, 5 de agosto, era o primeiro dia de trabalho da técnica em enfermagem, Fátima Rocha de Souza, 28 anos, no Posto de Saúde do Bairro São Francisco, em Mâncio Lima, município localizado a 36 quilômetros de Cruzeiro do Sul.
A jovem que já trabalhava no Hospital do Juruá, tinha acabado de assinar um contrato efetivo pela Secretaria Municipal de Saúde de Mâncio Lima. Ela esteve na Agência do Banco do Brasil, no centro do pequeno município e retornava para a casa de um cunhado por volta das 12h.
A poucos metros da Praça, pilotando sua motocicleta modelo Pop, de cor vermelha, em uma leve descida, a servidora pública colidiu frontalmente com a viatura descaracterizada da Polícia Civil, modelo L-200, dirigida pelo delegado da cidade, Cleber Gnatta. Fátima teve morte instantânea.
Rapidamente centenas de curiosos cercaram o local. O delegado saiu da viatura com o telefone celular e ligou para o resgate e para a Polícia Militar, segundo informaram os policiais da guarnição de trânsito que atenderam a ocorrência. De acordo com o sargento Reginaldo Oliveira de Almeida, o delegado só deixou o local do acidente, na companhia do promotor de justiça da cidade, após a chegada da Polícia Militar.
O delegado geral da Região do Juruá, Elton Futigami, esteve no local do acidente e trouxe o colega, Cleber Gnatta para ser ouvido em Cruzeiro do Sul. Futigami deixa claro, que assim como qualquer outro cidadão que presta socorro a uma vítima após um acidente, Gnatta não podia ser autuado em flagrante, como rege o artigo 301 do Código de Trânsito Brasileiro.
Porém, Elton Futigami, explica que um inquérito já foi instaurado para apurar se houve responsabilidade do delegado e os laudos do IML e da Polícia Técnica que serão fundamentais para investigação, já foram solicitados. “Assim que for concluído nós vamos encaminhar ao Ministério Público que pode ou não oferecer denúncia”, esclarece.
O delegado Cleber Gnatta disse em depoimento que estava indo ao Ministério Público e trafegava atrás de um veículo Space Fox que parou bruscamente e ele teve que desviar, quando retornava para a sua faixa colidiu com a motocicleta que trafegava rápido quase pelo meio da pista, segundo o depoimento.
A condutora do carro que estava à frente do legado é a professora, Francisca de Oliveira Rodrigues. Ela nega que tenha parado e afirma que trafegava em velocidade normal para o trecho, cerca de 40 quilômetros por hora, quando de repente foi ultrapassada pelo delegado. “Não têm desculpa, o que ele fez foi uma loucura. Ultrapassar ali numa subida, meu Deus do Céu, ela ainda tentou desviar, mas não deu”, diz a professora ainda em estado de choque com a cena do acidente.
Muitas pessoas da cidade ficaram revoltadas e mostravam as marcas de frenagem na contra mão, que segundo elas são do carro do delegado.
O corpo da técnica em enfermagem foi levado ao Instituto Médico Legal de Cruzeiro do Sul, antes de ser liberado para ser velado pela família.
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www.tribunadojurua.com – Texto e Fotos Genival Moura