Há 22 dias em greve, os agentes de endemias apelaram para os vereadores de Cruzeiro do Sul. O motivo da intermediação, segundo os grevistas, é a recusa do governo estadual em municipalizar o serviço e regularizar, definitivamente, a situação dos servidores. “Nunca uma categoria foi tão desrespeitada. Querem nos demitir sem pagar os nossos direitos trabalhistas”, declarou o vice- presidente do Sindicato dos Agentes de Endemias e Comunitários de Saúde (Sindacs), Heleno Freitas.
A reunião, que aconteceu na manhã de hoje (19) no plenário da Câmara Municipal, contou a presença das representes do governo do Estado, Kátia Messias e Simone Daniel, da secretária municipal de Saúde, Lucila Bruneta, além de dezenas de manifestantes, que exigem um concurso público definitivo. “Há 12 anos trabalho com contrato provisório”, desabafou um agente de endemias.
Segundo o comando de greve, a assessora técnica da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), Izanelda Magalhães, teria feito a seguinte proposta: os agentes de endemias seriam demitidos da paraestatal Pró-saúde, abrindo mão de todos os seus direitos trabalhistas, para assumir um novo cargo provisório. “Isso é o que a gente pode facilmente chamar de proposta imoral e indecente”, disse Freitas.
Os vereadores Antonio Cosmo e Rocilda Sales, ambos do PMDB, saíram e defesa da classe e disseram que existe apenas uma solução para o impasse: o governo estadual e prefeitura sentarem à mesa. “Se é para municipalizar esse serviço por que isso não aconteceu? Por que não se aproveita essa mão de obra qualificada dos atuais agentes de endemias? E por que o governo estadual deixou se estender essa ilegalidade”, questionam os parlamentares.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal